quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Transformação

pedra Carlos Drumond de Andrade e a atual política de educação. Na poesia, ele já denunciara que "no meio do caminho tem uma pedra"... Diz-se que um certo rei mandou colocar uma enorme pedra no centro de uma estrada bastante movimentada e ficou à distância, observando as reações daqueles que por ali passavam. Ele desejava ver quem tomaria a iniciativa de retirar a pedra, que atrapalhava o livre trânsito. Os homens de todas as camadas sociais passaram e todos igualmente se desviavam da pedra, subindo no acostamento. O rei notou que a maioria daqueles que caminhavam, apressados, queixava-se do rei por não se interessar pela conservação da via.

Finalmente, um pobre lavrador aproximou-se maos_moedasda pedra e, com grande esforço, retirou a pedra do caminho. Acontece que, ao transportar a pedra para fora da estrada, sentiu que pisara em alguma coisa que certamente estaria embaixo dela. Depois de afastá-la do caminho, voltou e viu que no lugar ocupado por ela estava uma carteira. Abrindo-a, encontrou, além de uma respeitável soma de dinheiro, também uma notificação do próprio rei, esclarecendo que aquela importância se destinava a quem demonstrasse respeito, consideração mútua e urbanidade ao retirar da estrada a pedra que mandara colocar de propósito.

Moral da história: O educador sabe o que fazer das pedras. A educação precisa mudar o ritmo e o tom do discurso para garimpar tantas pedras que encontra pelo caminho. E sobre pedras edificar escolas. Afinal de contas:"Tu és Pedro e sobre esta pedra"...

Edificar

Respeito, consideração mútua e urbanidade, é isso que podemos fazer para começar a transformar nossa sala de aula…

Abraços

Vivi

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Personalidade e Maturidade

ITALY-CARNIVAL-VENICE

O que podemos entender sobre personalidade?

Temperamento, personalidade e caráter, são palavras utilizadas com freqüência há muito tempo, mas quase sempre de forma confusa ou mesmo errônea.

Mas, então, qual a diferença entre temperamento e personalidade?

Temperamento representa a peculiaridade e intensidade individual dos afetos psíquicos e da estrutura dominante de humor e motivação. Foi um dos primeiros estudos na medicina sobre a correlação entre os humores corporais com as reações humanas, divididos entre fleumático, colérico, sanguíneo e melancólico.

Personalidade é formada durante as etapas do desenvolvimento psico-afetivo pelas quais passa a criança desde a gestação. Para a sua formação incluem tanto os elementos geneticamente herdados (temperamento) como também os adquiridos do meio ambiente no qual a criança está inserida.

A personalidade é única, adaptável, mutável, dinâmica e ligada numa estrutura biopsicossocial. Mesmo que tenhamos traços parecidos com os de outra pessoa, somos únicos, até porque vivemos de forma diferenciada cada fase de nossa vida, somos apresentados a estímulos (escola, lazer, religião, etc) de uma forma particular, e isto, em sua totalidade, nos dá esta vivência.

Alguns aspectos diferenciam o que se percebe que está relacionado ao temperamento e à personalidade.

Temperamentoolhos chorou

É biologicamente determinado

Características temperamentais podem ser identificadas já cedo, na infância

Diferenças individuais com características temperamentais como ansiedade, extroversão - introversão, também são observados em animais

Se apresenta como “estilos de pessoa”; estilo do melancólico, colérico, etc.

amigosPersonalidade

É fruto de um ambiente social.

É moldada durante os períodos do desenvolvimento infantil.

É a prerrogativa de seres humanos

Contém aspectos do comportamento.

Refere-se à função de integrativa do comportamento humano.

O caráter é a forma com que a pessoa se mostra ao mundo, com seu temperamento e sua personalidade; é a expressão do temperamento e da personalidade por meio das atitudes de uma pessoa. Quando conhecemos o caráter do outro, notaremos claramente a manifestação da personalidade e o temperamento da pessoa; conheceremos então, aquilo que essencialmente determina os atos de uma pessoa.

A maturidade se faz na personalidade quando o indivíduo é capaz de:

amadurecer

- Compreender sua história familiar, aceitando-a e convivendo com ela.

- Compreender suas emoções: saber distinguir entre certo e errado, sobre o que devo ou não fazer…

- Administrar suas responsabilidades e ter senso crítico sobre aquilo que assume, seja no trabalho, nos relacionamentos, no ambiente social do qual participa.

- Aceitar-se tal como você é: com seus talentos, com suas limitações, com sucessos ou insucessos, com as habilidades ou limitações físicas…

- Autoconhecimento: chave para que todos nossos conteúdos se integrem e que nossa vivência social torne-se a mais adequada em cada momento de nossa vida.

Para tudo isto, não há uma fórmula mágica, mas as experiências sociais, religiosas, vivência de modo geral, auxiliarão de modo particular este processo. E a maturidade, nossa percepção, crescerá gradualmente.

Um abraço - Vivi

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

VÍTIMA E AGRESSOR

Vítimas do bullying são de personalidade mais frágil e de baixa auto-estima.

Agressores precisam provar superioridade por meio do grito e da força.

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No artigo anterior, falamos sobre a agressividade, que é natural do ser humano.

Sem ser privilégio dos adultos ou adolescentes, também observamos em crianças ações violentas. Elas que geralmente são tidas como criaturas inocentes e sem maldades. Apesar de inacreditável, é um fenômeno bastante comum e mundial os casos em que um estudante com alguma característica física ou psíquica mais frágil, ou menos comum como a gagueira, sofre de maneira constante e intencional agressões de ordem física e psíquica praticadas por outros colegas. É algo que está nas escolas, mas pouco se vê. Ou se é visto, poucos o enxergam por acharem ser normal atos agressivos entre crianças e adolescentes.

clip_image002Ele é conhecido como bullying, termo que não tem tradução para a nossa língua. Penso não haver nada de normal em duas crianças ou adolescentes brigarem, se estapearem violentamente ou se humilharem. Se partirmos por esse caminho, não ajudaremos em nada para que amadureçam socialmente e sejam saudáveis psiquicamente. Temos que ver aquilo que está diante de nossos olhos e tomarmos providências. Não dá para fazer de conta que está tudo bem no fato de uma criança humilhar constantemente, sem piedade, a outra que aceita sua conduta de maneira passiva. Algo há de errado.

As vítimas do bullying são, no geral, de personalidade mais frágil e de baixa auto-estima. Elas costumam não se defender. Já são assim mesmo, antes de sofrerem as agressões. Provavelmente, já trilharam um caminho em que foram muito desmerecidas, às vezes dentro de casa mesmo, nas pequenas sutilezas da convivência em família, que nem sempre percebe o lugar em que coloca seus membros. Não sentem confiança em pedir ajuda. São um prato cheio para aqueles que querem se sobressair e se impor como o mais forte.

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Precisam provar sua superioridade por meio do grito e da força. Não podem ter oponentes. Também não é por acaso que sejam assim. Comumente, são pessoas de lares não muito estruturados e bastante permissivos. A relação que estabelecem com o outro é a de poder, entre o mais forte e o mais fraco.

Ambos necessitam de ajuda. Mas para que isso ocorra, o olhar para eventos assim deve ser de que algo está fora do lugar. Não se deve esperar que os próprios envolvidos resolvam suas diferenças. Eles precisam compreender pelo que estão passando e serem orientados pelos pais e escola. Às vezes, até os pais precisarão de orientação e ajuda. Inclusive, num trabalho preventivo. Preventivo para a não ocorrência na escola e de promoção da saúde mental de seus alunos.
Até porque, esse não é um problema pontual, tem reflexos e conseqüências pela vida dos envolvidos. Aqueles que sofrem as agressões, tendem a se tornar mais retraídos e prejudicados em sua vida social. E até deprimidos. Os praticantes, tendem a ter problemas sociais e de violência.clip_image001[4]

Escola e família mais uma vez terão que caminhar juntas, serem parceiras. As escolas vão ter que estar atentas para qualquer manifestação de bullying para uma atuação imediata. Além de terem um trabalho preventivo para evitar o surgimento de casos assim, oferecendo apoio aos envolvidos e suas famílias. E as famílias devem confiar e pedir ajuda à escola, como forma de proteger seus filhos.

Abraços

Vivi

Technorati Marcas: Violência. agressor,baixa auto-estima...